ASSOCIAÇÃO JOINVILENSE DE
PSIQUIATRIA

Os medicamentos para tratamento dos transtornos mentais causam dependência?

Se eu iniciar um tratamento, será pela vida toda?

Essas perguntas são muito comuns nos consultórios psiquiátricos, principalmente nas primeiras consultas. Os mitos, crenças e preconceitos que rondam estes tratamentos medicamentosos afastam muitas pessoas do alívio do sofrimento e de uma vida melhor.
Existem inúmeros medicamentos para tratamento de transtornos mentais. Graças aos avanços científicos, temos, a cada ano, mais recursos terapêuticos para auxiliar nossos pacientes.
Entre os medicamentos usados para tratar transtornos mentais, a menor parte deles pode causar dependência. São eles alguns “calmantes” de efeito imediato e algumas drogas usadas para tratar hiperatividade e/ou desatenção.
Diferentemente do que se imagina, estudos comprovam que os pacientes que fazem uso destes medicamentos sob a prescrição criteriosa e acompanhamento de um profissional especializado não desenvolvem dependência.
O desenvolvimento desta dependência é muito mais comum quando os pacientes recebem prescrições por médicos que não os acompanham regularmente ou mesmo “conseguem” as receitas aqui e acolá, mantendo o uso sem supervisão.
Fora estes dois casos, a vasta maioria dos medicamentos prescritos nos consultórios psiquiátricos não causam dependência.
Em relação ao tempo de tratamento, já é de conhecimento científico que, quanto mais cedo e quanto mais adequado o uso da medicação, seja na dose, regularidade e duração indicados, maior a chance de os pacientes poderem encerrar um tratamento.
Aqueles tratamentos feitos com subdoses, sem uso regular ou interrompidos precocemente têm menos chance de causar remissão total dos sintomas, que seria necessária para a retirada gradual da medicação.
Assim como na hipertensão e no diabetes, há transtornos mentais crônicos ou recorrentes. Nestes casos, há uso contínuo da medicação. De outra forma os sintomas voltariam, não por dependência química ou psicológica ao remédio, mas pela própria natureza do transtorno.
Conversar com um psiquiatra não significa, necessariamente, sair com uma receita na mão nem ficar dependente do remédio ou do médico. Uma conversa aberta e sincera pode elucidar suas dúvidas, eliminar medos e fantasias a respeito de tratamentos e especificar qual seria o seu caso.

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